14 de junho de 2009

DIGA "NÃO" A REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL




São violências que vão desde a negação ou privação dos direitos básicos à vida até àquelas que geram insegurança, apreensão, medo. Campanhas equivocadas criminalizam crianças, adolescentes e jovens como principais responsáveis dessas ações violentas, quando na verdade, frequentemente, os maiores culpados ficam totalmente impunes. Os atos violentos, os crimes, o narcotráfico, envolvendo-os, a cada dia, em sua perversa trama, tiram-lhes as possibilidades de plena realização e os afastam de sua cidadania. Neste contexto, o Senado volta a discutir a redução da maioridade penal com argumentos que poderiam ser usados também para idades menores ainda, como se esta fosse a solução para a diminuição da violência e da impunidade.

A realidade revela que crianças, adolescentes e jovens são vítimas da violência. Muitas vezes são conduzidos aos caminhos da criminalidade por adultos inescrupulosos. A CNBB entende que a proposta de redução da maioridade penal não soluciona o problema. Importa ir a suas verdadeiras causas, que se encontram, sobretudo, na desagregação familiar, na falta de oportunidades, nas desigualdades sociais, na insuficiência de políticas públicas sociais, na perda dos valores éticos e religiosos, na banalização da vida e no recrutamento feito pelo narcotráfico.

Reafirma a CNBB que a redução da maioridade penal violenta e penaliza ainda mais adolescentes, sobretudo os mais pobres, negros, moradores de periferias.Persistir nesse caminho seria ignorar o contexto da cláusula pétrea constitucional - Constituição Federal, art. 228 - além de confrontar a Convenção dos Direitos da Criança e do Adolescente, as regras Mínimas de Beijing, as Diretrizes para Prevenção da Delinquência Juvenil, as Regras Mínimas para Proteção dos Menores Privados de Liberdade (Regras de Riad), o Pacto de San José da Costa Rica e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), instrumentos que demandam proteção especial para menores de 18 anos.

Crianças, adolescentes e jovens precisam ser reconhecidos como sujeitos na sociedade e, portanto, merecedores de cuidado, respeito, acolhida e principalmente oportunidades.A Igreja no Brasil conclama os poderes públicos – Executivo, Legislativo e Judiciário – bem como a sociedade civil a debater o assunto.

Urge a busca de soluções focadas nas políticas públicas que efetivem melhores condições de vida para todos, na implementação de medidas sócio-educativas previstas no ECA e no desenvolvimento de uma política nacional de combate ao narcotráfico, penalizando com maior rigor a manipulação e o aliciamento de crianças, adolescentes e jovens pelo crime organizado.

A Igreja Católica, através de suas comunidades eclesiais, pastorais, movimentos e entidades sociais, desenvolve projetos sócio-educativos, profissionalizantes, de recuperação de dependentes químicos e de atendimento a adolescentes autores de ato infracional, obtendo resultados que indicam à sociedade caminhos a partir de ações educativas e não punitivas.

CNBB se une a todos os brasileiros que trabalham para que se cumpra a premissa básica da Constituição Federal, art. 227: “CRIANÇA E ADOLESCENTE PRIORIDADE ABSOLUTA” e reafirma sua posição contrária à redução da maioridade pena

Fonte: Assessoria de Imprensa da CNBB


Inserida: por Fabio Ferreira



"A juventude quer viver!"



Assumir a Campanha em Defesa da Vida: A Juventude Quer Viver é poder dizer uma palavra diferente da disseminada nos meios de comunicação, que atingem diretamente os jovens educadores e educandos, na formação de opiniões sobre o tema.

A campanha quer mostrar também que é fundamental o desenvolvimento de ações afirmativas e de políticas públicas que contemplem as/os jovens. Falta ainda, em nossa sociedade, uma compreensão da juventude: ela não é reconhecida nem como agente, nem na diversidade de seus grupos atuantes.

O Senado Federal tá com uma enquete no seu site.


A votação está no canto inferior direito da páginado Senado!
Divulgue e votem!


VOTE NÃO À REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL!!




30 de janeiro de 2009

Dom Helder recebe homenagens pelo centenário de nascimento


No próximo dia 7 de fevereiro de 2009, será comemorado o centenário de nascimento de Dom Helder Camara. O arcebispo emérito de Recife e Olinda é homenageado no Brasil e no mundo não só pelas obras no campo religioso, mas por ter sido um homem que lutou pela paz e pela justiça, sem deixar de lado as pessoas mais pobres.

Para comemorar e relembrar as obras que realizou, uma série de eventos acontece até o final deste ano. Segundo o pároco da Igreja Matriz de São José em Recife, padre José Augusto Esteves, as comemorações não serão realizadas somente nas datas referentes ao nascimento, a ordenação e ao falecimento do Dom, pois continuarão em outras ocasiões, seguindo até dezembro deste ano. As homenagens são para registrar "a importância dele e para que as novas gerações conheçam Dom Helder", explica.
Como atividade integrante da programação, no dia 19 de janeiro, o Rotary Clube de Casa Forte, em Recife, homenageou Dom Helder através de uma palestra com padre José Augusto. O padre conviveu com o arcebispo desde 1964, ano em que Dom Helder foi morar em Recife, até 1999, quando faleceu.
De acordo com José Augusto, Dom Helder tem uma vasta trajetória de vida e é muito difícil de ser contada em pouco tempo devido à importância e à quantidade de obras realizadas. "Dom Helder era um bispo da Igreja Católica que anunciava o reino, através do Evangelho, e denunciava os erros de estrutura", afirma. Segundo o padre, Dom Helder via a Igreja como pobre e servidora e, caso encontrasse erros de estrutura na própria Igreja, denunciava-as.
Para o padre José Augusto, Dom Helder foi um grande pregador: "Uma frase que ele sempre dizia era: ‘Quem acha que não precisa de conversão é porque não se conhece’", recorda. Além de grande religioso, o padre acrescenta que Dom Helder realizou trabalhos em outras áreas e que eles também devem ser lembrados.
O arcebispo, conhecido mundialmente pelas obras com os pobres e pelas lutas a favor da paz, ainda escreveu 23 livros e mais de 7.500 meditações. Dom Helder fundou a Cruzada São Sebastião com o objetivo de ajudar as famílias pobres do Rio de Janeiro e lutou contra a ditadura militar brasileira, denunciando as torturas e as misérias que o País enfrentava no período. Além disso, ainda foi o principal articulador para a fundação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), atuando como secretário geral durante 12 anos.
As matérias do projeto "Ações pela Vida" são produzidas com o apoio do Fundo Nacional de Solidariedade da CF 2008.